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terça-feira, 5 de junho de 2012

Você sempre chega como quem não quer nada...

... e desafia meu querer.
Chega com primeiras, segundas e terceiras intenções.
Sei disso...
Sei que quando meu olha, me vê inteira.
Vê toda transparência, não só da minha blusa... mas me vê por dentro.
E dentro você quer entrar.
E disso eu sei, porque eu deixo, eu quero... te quero dentro de mim.
Ai de mim! Deixar nossa vontade sufocada pela vontade reprimida.
Vejo apenas vantagens nesse nosso entendimento silencioso, apenas visual.

Você desvenda meu destino e meus desatinos,
E enquanto descubro seu instinto, você descobre minha pele,
Tenho tara em gritar enquanto você talha minha carne com unhas, dentes e fome.
Ora te sinto como desbravador, ora como animal selvagem, ora apenas como homem.

Enquanto suas mãos conhecem o mapa do meu corpo, nesse toque febril...
Você tira minha roupa, e mata esse desejo.
(que me mata aos poucos)
E penetra nesse intimo que nos pertence.
Nesse momento em que viramos um só, em que o nosso encaixe é perfeito.
E sem pretexto te deixo mais uma vez entrar, ficar e gozar.
Assim, sou vitima devorada.
Que, sem resistência, se permite ser abatida, metida, fecho os olhos, sinto teu calor dentro de mim sem perceber morro devagar com teu gozo.
Perco alguns segundos, recomponho meus desejos.
E ao acordar
Ganho nova vida
Com o calor dos próximos beijos. 

... 

Observo-te no banho
Vejo sua transparência
E teu olhar natural de indecência
Ai de mim! Não aproveitar o momento.
Você dá uma risada
Ao perceber minhas mãos no teu corpo
Chego de mansinho
Te faço um carinho
Como quem não quer nada...



Edu Soares e Patrícia Rocha











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